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sábado, 8 de dezembro de 2012

DI FERRERO ELOGIA HERBERT VIANNA: ‘QUERO SER TIOZINHO ASSIM’




Di Ferrero recorre à autocrítica para comparar o estágio atual da banda – que lançou o CD “Em comum” – aos tempos em que o quinteto estava na linha de frente do emo.
“A guitarra queria ficar solando o tempo inteiro, eu queria ficar cantando alto – o mais alto possível –, a batera queria ficar fazendo virada o tempo inteiro…”, descreve, ao se lembrar do modo de alguns anos atrás.
Em entrevista ao G1 por telefone, ele assume a insegurança da época. A banda lança o disco em São Paulo hoje. E Zeca Pagodinho é citado na faixa de abertura, “Sem Hora Pra Voltar”. Durante a conversa, Ferrero menciona outras referências em tese improváveis, como Chico Buarque, que foi uma das referências para a música “Maré”, também presente no novo trabalho.
Dentre os outros artistas listados pelo cantor, estão o Skank e o Paralamas do Sucesso, que seriam inspiração para que o NX Zero se mantenha na ativa por longo tempo:
“O Skank marcou várias gerações. São um exemplo de música boa e de carreira”.
Sobre seu próprio grupo, Di Ferrero diz que não está no auge criativo.
“Eu acho que é um auge de desprendimento criativo”, corrige.
Leia, a seguir, os principais trechos:
G1 – Logo na primeira música de ‘Em comum’, você menciona Zeca Pagodinho. É só pela citação ou você quer deixar claro que o NX se filia a outros gêneros além do rock?
Di Ferrero – A real é que essa música fala de deixar rolar mesmo, de se desprender, esquecer, curtir. Porque tinha algumas letras nossas que são muito sérias, e essa é totalmente o oposto disso. Lembrei do Zeca por ele ser o Zeca e por ter uma música em que ele fala “deixa a vida me levar”. Acho que muita gente vai ouvir e falar que tem outras paradas que a gente escuta, porque realmente tem. Sempre teve, mas a gente nunca conseguiu pôr em prática essas coisas, acho que por não ser maduro o suficiente. Esse disco é da hora por isso. Principalmente nas letras, ele é diferente dos outros, porque antes eu tinha que passar por alguma coisa para escrever. E agora eu simplesmente escrevi, inventei algumas coisas, ou tirei, sei lá, de algum filme que vi. Eu não conseguia fazer isso antes.
G1 – Vocês ainda se incomodam quando dizem que a banda é de emocore?
Di Ferrero
– Antes, quando falavam, eu não gostava. Hoje em dia, é uma coisa que já passou. Eu até acho legal ter passado isso – sabe? –, ter acontecido essa época em que a galera rotulava. Todo mundo teve franja, e isso era uma coisa meio “nossa, o NX Zero isso, aquilo”. Depois de dez anos, a gente está aí podendo lançar um disco totalmente desprendido de qualquer coisa… A gente dá risada e acha legal [risos].
G1 – Qual o lado bom e o lado ruim daquela época?
Di Ferrero
– Eu só vejo coisa boa do começo. Conseguimos passar por duas gerações, e eu diria que estamos entrando na terceira. Talvez, se não tivéssemos passado por tudo isso, eu não seria tão bem resolvido, tão tranquilo. Eu ouvi uma história no DVD: tem um cara que está casando e que conheceu a menina no nosso show – se for parar para pensar, isso é uma loucura. E muitos fãs que a gente encontra na rua falam: “Pô, passei a minha adolescência e minha infância te ouvindo!”. Eu falo: “Peraí, velho, eu tenho 27 anos! [risos]”.
G1 – O disco novo representa, de alguma forma, o reencontro com a origem do NX Zero, por ser sucessor do “Projeto paralelo”?
Di Ferrero
– Mais ou menos. Se você for ver, é bem mais clean que os outros, mais simples, as músicas têm um clima, falam sobre outras paradas, outros tipos de histórias. Mas sempre tem muito do NX, da nossa essência, só que com coisa que a gente antes não conseguia fazer e sempre quis. É um disco “supergroovado” e tal. Antes, todo mundo queria fazer tudo. A guitarra queria ficar solando o tempo inteiro, eu queria ficar cantando alto – o mais alto possível –, a batera queria ficar fazendo virada o tempo inteiro… Isso era normal para a época, mas hoje não. A gente está se sentindo “resolvidaço”, e isso é muito legal.
G1 – As suas letras não têm muitas metáforas. Isso é consciente, você prefere evitá-las, ou já tentou de outro jeito e não deu certo?
Di Ferrero –
Isso é muito meu, meu dia a dia, o jeito que eu sou. Apesar de, neste disco, ter várias citações, como na primeira música e em “Maré” [a segunda]. Tem até aquela música do Chico Buarque [canta um trecho]: “Todo dia ela faz tudo sempre igual”. Ela fala mais ou menos essa parada. Eu ouvi essa música e falei: “Um dia quero fazer uma música parecida, que conte mais ou menos a história ['Maré']”. E, por acaso, tive um amigo meu que é superfrustrado, estudou pra caramba para tocar e hoje em dia, sei lá, trabalha num banco. A mensagem é “não deixe a maré te levar, vai com tudo”.
G1 – O disco reflete de alguma forma seu momento pessoal, de casamento etc.?
Di Ferrero –
Cara, este foi o único disco que não tem coisa que foram o que a gente necessariamente viveu. Eu vi numa entrevista do John Lennon, antiga, ele precisava sofrer e passar por alguma coisa, para escrever sobre aquilo. Já o Paul McCartney, não, ele simplesmente inventava uma história ali. A gente pode ousar mais, tentar fazer mais coisas diferentes, porque acho que os fãs também esperam por isso. Depois de dez anos de banda, a gente mesmo quer mudar, sem perder a nossa essência.
G1 – Dá para considerar que vocês estão no auge criativo?
Di Ferrero
– Um auge criativo? Eu acho que é um auge de desprendimento criativo [risos]. Quando você é novo, faz 50 mil músicas por dia, mas não necessariamente aquilo que queria fazer [risos].
G1 – Você já disse que estão mais maduros. Por quê?
Di Ferrero
– Com 18, 19 anos, você tem seus medos, nada é certo, você está muito novo. A gente sempre foi com tudo, mas claro que tinha aquela coisa de “Pô, a gente tem que fazer direito. Olha as bandas que estão por aí, todos os discos foram ‘bombados’”. Hoje em dia, sei como é que funciona, conheço o meio, vivi um pouquinho, passei por algumas coisas.
G1 – Que artistas eram referências para vocês no passado? Porque a referência musical às vezes é diferente da referência como plano de carreira.
Di Ferrero
– O Skank, por exemplo. Lembro que eu fazia vídeo fingindo que estava cantando o “Calango”, meu irmão na bateria, meu primo na guitarra. Eu tinha, sei lá, 13 anos, e desde essa época os caras estão aí. Hoje escuto na rádio, vejo show, a galera cantando. O Skank marcou várias gerações. São um exemplo de música boa e de carreira. E o Paralamas, que teve fases – uns discos reggae, outros rock’n’roll. Teve umas horas em que foram para a Argentina, eu até morava lá. Eu brigava na escola, porque falava que o Paralamas era brasileiro, e a galera de lá não acreditava, pensava que eram argentinos. Eu quero ser tiozinho assim também, entendeu? [risos]
“Principalmente nas letras, este disco é diferente dos outros, porque antes eu tinha que passar por alguma coisa para escrever sobre aquilo. E agora escrevi, inventei algumas coisas.”
“Um auge criativo? Eu acho que é um auge de desprendimento criativo (risos). Quando você é novo, faz 50 mil músicas por dia, mas não necessariamente aquilo que queria fazer (risos).”
Fonte: G1

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