Liderada pelo campo-grandense Di Ferrero, radicado há alguns anos em São Paulo, NX Zero é uma das poucas bandas de rock a furar o bloqueio das rádios dominadas pelo sertanejo, eletrônico e funk. Surgida no cenário do "emocore", movimento que importou de formações estadunidenses o conceito do hardcore com letras reflexivas sobre o amor e questões emocionais, acumulou em uma década de carreira fãs, diversos hits e certo desprezo da imprensa especializada.
Agora, comemora a trajetória com novos DVD e CD, "Multishow ao vivo – NXZero 10 anos", reunindo sucessos e convidados especiais como Emicida, Negra Li, Rincon Sapiência, Rapin Hood, Tulio Dek, Eric Silver e Rick Bonadio. Abaixo, entrevista realizada via e-mail com Di Ferrero, "a voz do NXZero", que destaca os planos para o futuro, o cenário musical atual e sua relação com Campo Grande.
Correio do Estado – Entre a ambição inicial da banda e o atual estágio, quais foram as principais conquistas?
Di Ferrero – Acho que a principal conquista é o fato de estarmos vivendo de música no Brasil, com uma equipe estruturada, diversas pessoas trabalhando junto com a gente e muitos fãs que nos apoiam e participam de tudo.
CE – Como foi a recepção dos fãs ao Projeto Paralelo? A parceria com a turma do hip hop é algo que veio para ficar na proposta do NX Zero?
DF – O próprio nome do projeto já foi para deixar claro que foi apenas uma ideia que rolou e que tivemos liberdade de fazer de forma despretensiosa, mas que acabou ficando muito maior e melhor do que esperávamos. Sem dúvida, criamos um vínculo muito legal com todos que participaram, dando uma abertura maior tanto para o nosso público conhecer mais sobre o rap nacional, quanto para o público deles conhecer o NX.
CE – Atualmente, a cena do emocore não mostra a vitalidade de outros períodos. Como a banda se sente sendo uma das poucas sobreviventes, com real apelo popular, da cena do hardcore com temática, digamos, romântica?
DF - O emocore virou mais um rótulo criado pela mídia do que um movimento musical. O que aconteceu apenas foi que abriram o olho para o cenário independente de São Paulo e ele continua vivo.
CE – Há possibilidade real de uma carreira internacional para a banda?
DF – Existem fãs clubes no Chile e outros países da América Latina, além do fato de que muitos fãs brasileiros que estão no exterior fazem divulgação. Mas acredito que isso possa acontecer depois que lançarmos um disco em espanhol.
CE – Quais os pontos mais marcantes para a banda no novo DVD?
DF – É difícil escolher um momento porque a ideia mesmo é fazer esse show como um resultado de tudo o que aprendemos nesses 10 anos.
CE – Além da divulgação do novo trabalho, quais são os futuros projetos do grupo?
DF – O Rock in Rio dia 24 de setembro, a tour do DVD ao vivo pelo Brasil todo e, quem sabe, versões em espanhol das músicas.
CE – Explique o tipo de contato que você mantém com Campo Grande. Tem acompanhado a cena musical da cidade?
DF – O contato que eu tenho é familiar e de carinho por ser minha cidade natal. Infelizmente não estou acompanhando a cena musical da cidade, mas sei que tem a banda do meu primo, Bruno Ferrero, que tá super bem. Até queria saber mais, se puderem mandem mais notícias pelo twitter.
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