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sábado, 8 de outubro de 2011

TODATEEN em entrevista exclusiva com Di Ferrero

No ano em que o NX Zero comemora 10 anos de existência, a Mari Scherma bateu um papo superanimado com os meninos e perguntou T-U-D-O que a gente sempre quis saber! Confira a entrevista na íntegra:

Eu fiquei ouvindo o CD quando chegou aqui na redação e ficava dando repeat em várias músicas. É difícil dizer do que eu gostei mais, imagino que vocês não poderiam estar mais felizes com esse CD de 10 anos, né?
Nossa, demais, né?! Pô, 10 anos! Quantas bandas que já chegaram, apareceram e sumiram em dez anos!

Bandas que mal duram um CD...
É. E a gente tá aqui ainda, pudemos gravar um DVD com várias músicas que marcaram várias fases da banda, é o maior sonho!

Eu estava assistindo ontem ao DVD e vi que em Daqui Pra Frente você para e fica olhando pra galera com a maior cara de felicidade. É uma cara de realização, não é?
Pô! Eu tava meio bobo no dia, você viu, né? Deu tudo muito certo, agente quis fazer um palco enorme com várias coisas, várias referências que tínhamos visto já lá fora, tudo o que a gente sempre sonhou! E deu tudo certo. Lotou, ficou até gente pra fora. Tinha as músicas conhecidas já, as músicas novas com a galera cantando. Foi tanto nervoso antes que eu até perdi a minha voz.

Tá no extra do DVD isso, inclusive. Imagino o seu desespero...
É, tá sim. Mas aí com o desespero piora, você fica sem voz e sente mais desespero ainda. Mas no fim das contas deu tudo certo. É muito louco! Acho que a gente está passando a melhor fase da carreira, da nossa vida.

Outro momento que me deixou impressionada é sua emoção em Cedo Ou Tarde. O que passou pela sua cabeça nessa hora?
Pô, primeiro que essa música tem uma história muito forte já. Na época em que a gente fez ela, nós demos um passo muito grande na carreira. Muita gente que não conhecia, que não ouvia NX começou a ouvir. Essa música conta uma história foda, a família do Gee... Eu conheço o Gee desde moleque, ele é tipo meu irmãozão, é mais do que amigo já. Foi ele que me pediu pra escrever essa música, que é pro pai dele. E a música virou, fez o maior sucesso. Eu estava lá, tocando ela, a família dele estava lá... Eu pensei nisso. Olhei pro Gee e falei, “pô, moleque!”. Acho que foi isso, sabe? Tanto que em nenhuma vez em que comecei a falar foi combinado, foi tudo meio que na hora, tanto que eu demorava pra falar, porque eu ainda estava pensando. Tava felizão por tudo!

Existe alguma parte que é sua preferida nesse show do DVD?
A minha predileta, posso dizer, que é quando acaba o DVD. Na hora em que a gente tava tocando Razões e Emoções, que é a última, no finalzão mesmo, eu pensei “nossa, não acredito! Deu tudo certo”, passou um filme, sabe? De vários momentos da gente tocando nesses dez anos, dos perrengues loucos que já enfrentamos, as coisas engraçadas, as doideiras. Por isso que esse momento foi marcante pra mim. Tipo assim, serviço feito, sabe? Trabalho cumprido! Lavei a alma ali!

Você fica assistindo ao DVD às vezes e reparando em cenas que ele nem tinha notado ao vivo na hora do show, ou que ficou meio estranho, engraçado na tela?
Ah, tem umas horas em que eu falo umas besteiras, que eu acho engraçado e nem lembrava que falei. Tem também uma hora em que eu esbarro no Conrado, no câmera... Tem coisas que só no repeat dá pra ver.

E deve ter coisa que você fez e nem percebeu por conta da adrenalina da hora...
É, eu estava em êxtase!

Nesse DVD de 10 anos, tem música de todas as fases do NX... As mais antigas, tipo Além de Mim, Razões e Emoções, elas ganharam outro significado pra você? Porque muita coisa aconteceu desde que elas estouraram, né? Como é isso?
Nossa! Essas músicas são especiais demais! Elas sobreviveram a esse tempo todo, sempre estiveram no nosso set list. E mais que isso: elas cresceram. Porque tem o público que, na época em que essa música saiu, eles estavam na escola, tava no começo de uma fase, e agora já estão trabalhando. Então, elas me lembram muito essa época, o começo do NX, que era tudo novo pra mim. É muito louco ter essa história pra contar. Tocar essa música, depois outra que fez sucesso em outra época. É muito bom isso! E as músicas mais antigas fazem a gente lembrar de cada época que vivemos. Cada hora que tocamos, lembramos do momento dela.

Depois de tantos shows, você sente alguma diferença na sua performance no palco desde quando começou?
Com certeza! Depois de tanto tempo junto a banda está muito mais entrosada. E pra subir no palco, acho que agora eu consigo me expressar melhor. Às vezes, eu qeuria fazer coisas pras quais eu ainda não estava pronto. Hoje eu consigo me expressar melhor em vários sentidos, consigo falar algumas coisas que antes não falava porque não tinha vivido, não tinha a experiência. Eu sempre quis fazer uma música como Só Rezo, que tem esse lado social. Mas eu não tinha visto nada até então. Só depois que eu vi de perto. Então, consigo falar mais abertamente com a galera. Às vezes, eu pensava em coisas e não conseguia botar pra fora.

Experiência acumulada.
É! Pô, a gente tem 10 anos de banda, eu tô com 26 anos agora, mas não tô velho tão velho assim, né? (risos)

Tinha algo no começo da carreira que deixava você nervoso antes de subir ao palco e agora já tira de letra?
Eu ficava muito nervoso antes de ir em qualquer programa de tevê. No Caldeirão, no Faustão... Não conseguia falar, cantar, tocar direito porque eu pensava “ai, vamos lá, é agora. Todo mundo vai ver!” e aí não rolava. Hoje em dia eu sou muito tranquilo. Ontem mesmo gravamos o Caldeirão e foi mó legal. É outra fase. Mas, no começo, encontrar essa galera que a gente sempre viu na tevê desde moleque, ver o Faustão, sabe? Aí ele vira e fala “toca aí”. Eu pensava, “poxa, vi esse cara na tevê a minha vida inteira, agora tô aqui com ele!”.

Me lembro da primeira vez que vocês gravaram o Caldeirão, uma semana antes nós tínhamos feito capa com vocês pela primeira vez.
Sério? Que legal.

Você tinha aquele cabelo mais comprido...

Eu tinha aquele cabelão, né?!

Os shows esse ano estão com outro sabor, por conta da comemoração de 10 anos?

Pô, sinto sim. Primeiro pelo público, que tá muito legal, tá muito diferente. Tem todo tipo de gente. Tem as meninas, que são fãs desde sempre, que gritam e tal, que estão com a gente desde o começo da banda. Tem também a galera que gosta das músicas mais pesadas, tipo Só Rezo. E a galera que gosta do que ouve nas rádios, que conhece mais as baladas. E a galera que curte o Projeto Paralelo, que gosta de rap, do rock também. Isso é muito legal, nesses 10 anos juntar todo esse tipo de gente diferente num mesmo show. É muito da hora, antes era uma coisa que era mais um estilo só de galera. Hoje eu sinto que tem muita gente que não gostava e agora gosta. Pô, tá muito bom esse ano. Eu sinto uma outra fase, uma outra parada acontecendo.

Dá a impressão de que vocês só ficaram mais amigos com o passar do tempo. Esse seria um dos segredos do NX? Fora o talento, é claro!
Ah, valeu. Acho que é sim um dos segredos. A gente é muito amigo e antes da banda nós já éramos amigos. E conseguimos fazer um negócio desse juntos! Então, a gente se olha e pensa “ele é o mesmo babaca de sempre” (risos). Mas o fato é que estamos todos juntos e construímos uma história. As brincadeiras entre nós são as mesmas de quando éramos moleques. Cada viagem que fazemos parece uma excursão. Sabe quando estamos na escola e saímos de excursão com a galera? Todo final de semana é tipo isso pra gente. (risos)

Vocês também têm o maior respeito pelos fãs...
Pô, a galera representa demais. Cada ano que passa tem as premiações, as músicas novas e nós estamos sempre superbem. A gente tá sempre aí, com Multishow, VMB, Meus Prêmios Nick. Temos várias indicações, vamos tocar pra galera. É tipo... Ah, a galera é tudo pra gente, não tem o que falar mesmo.

Não poderia estar melhor, né?
Não! Não tenho nada pra reclamar. Quero continuar sempre assim, fazendo som, me divertindo, mostrando pra galera nossa música. Só isso que eu quero pro resto da minha vida.

Já aconteceu de você subir no palco antes de um show com alguma preocupação e depois do fim do show ter desencanado, ficar mais leve. Eu imagino que os shows devam ter um efeito meio terapêutico...
Total! Total! E você nem precisa pagar por essa terapia. Aliás, você ganha pra fazer terapia! (risos)

Que beleza!
(risos) É, verdade. O show é a melhor hora do dia com certeza. Às vezes você está tão preocupado porque aconteceu alguma coisa com alguém de quem você gosta ou qualquer outra coisa, sabe? É engraçado porque a partir do momento em que você pisa no palco, você desencana. Você começa a cantar a música, presta atenção na letra da música, vê a galera pulando, aí você pula também... Isso contagia de um jeito que você não faz ideia. Só dá uma tristeza na hora em que acaba. Você pensa: “putz, acabou!”.

Fazer 10 anos não é pra qualquer banda. É sinal de que tudo deu certo, mas você tem algum arrependimento, algo que gostaria de voltar no tempo pra fazer de novo?
A gente estava até falando sobre isso, de arrependimento e tal. Têm algumas coisas que rolaram meio nada a ver, às vezes a gente acaba falando o que não deve um pro outro e pra galera também, mas se a gente não tivesse feito isso, a gente nunca aprenderia. Então, eu não tenho nada pra mudar, não. Senão, acabaria pulando uma fase. Uma hora ou outra, acabaríamos passando por isso. Melhor, então, passar logo. E musicalmente falando, eu não me arrependo de nada, naaada! Às vezes, a gente fala alguma coisa, mas acontece, é na hora, ali... Mas tá tudo muito bom pra gente.

E você tem que aprender de alguma forma...
É, meu! O erro é a maior lição. Erra é muito importante porque você só sabe que uma coisa é muito boa quando uma outra coisa é muito ruim, sabe? Senão você não sente a diferença direito. Ih, comecei a filosafar...

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