"Em dez anos de carreira, passamos por coisas pra caralho, amadurecemos muito”, diz, logo no começo da conversa, Daniel Weksler, baterista do NX Zero. Após uma enxurrada de entrevistas na sexta-feira, 26 de agosto, Daniel conversou com exclusividade por telefone com o Vestiário. Apesar do visível cansaço, afinal é tempo de divulgação de material novo, Weksler contou sobre essa nova etapa do grupo, além dos planos para o futuro e a emoção de tocar no Rock In Rio.
Lançado há poucos dias pela Universal Music, o “Multishow Ao Vivo NX Zero 10 Anos” tem um gosto especial para a banda. “Foi como marcar um ciclo, nas vinte e uma músicas escolhidas, procuramos mostrar como a foi a nossa trajetória”, diz Daniel. Entre um sucesso e outro, como “Razões e emoções” e “Onde estiver”, a inédita “Não é normal” se destaca. Para todos os integrantes, “foi emocionante ver a casa lotada, e o projeto veio na hora certa”.
O registro, gravado no primeiro semestre deste ano no Via Funchal, na capital paulista, mostrou que, além de comemorações pelas bodas, a banda encontra-se em sua melhor fase artística e profissional. Foi a prova final para, enfim, colocar em prática o aprendizado dos últimos dez anos. Erros durante a gravação foram poucos, e os retoques – comuns para este tipo de lançamento – mínimos. “No estúdio, você pode voltar quantas vezes achar necessário. Lá não, no especial era como se não tivéssemos outra chance”, conta.
É visível que o NX Zero está em um momento em que todas as bandas com anos de estrada já estiveram, de se rever e se reavaliar. De adolescentes no cenário independente, passando pelo primeiro disco “Diálogo” – lançado em 2004 – até o último de inéditas, “Projeto Paralelo” – de 2010 – o amadurecimento é evidente. “Qualquer um que está numa banda, dos 14 aos 25 anos, vê que as coisas mudam”, diz Daniel, e completa “fomos ficando mais seguros para fazer o que a gente queria, e vendo o bom resultado, ficamos mais incentivamos a aperfeiçoar mais”.
De todas as faixas já lançadas, “Só rezo” – segundo compacto de “Projeto Paralelo” – é pontuada pelo baterista como a que traz à tona a nova cara do grupo. “Eu gosto de citar essa música, ela mostra a nossa mudança. Antes a gente não escrevia sobre determinada coisa porque não tínhamos vivência”. O próprio disco “Projeto Paralelo” evidencia a pegada mais profissional e madura, e possui “algumas faixas que saem do rock, e vão para outro estilo”. “A gente sentiu essa liberdade para falar e tocar outras coisas”, finaliza.
Sobre o futuro, Weksler é enfático: “A gente quer continuar com a nossa música, os nossos clipes. Mas temos vontade de fazer algo fora do Brasil, o sonho de toda banda é fazer alguma coisa internacional”. Com fã clubes no Chile, Argentina e México, o NX Zero não descarta a possibilidade de gravar em espanhol e entrar no mercado latino-americano, mas o foco no Brasil ainda o principal. “O nosso país é bem grande, tem muita coisa para se fazer aqui ainda”, conta.
Com um histórico de mais de mil shows Brasil a fora, o baterista acredita que o grupo tem muito o que explorar ainda. De fato, o espaço nacional é grande para shows, só em 2010 o mercado de marketing promocional movimentou 33 bilhões de reais, e as expectativas para este ano são maiores. “Quando fizemos o show com o Simple Plan, eles se assustaram. Não entenderam como uma banda consegue sobreviver tocando em apenas um país”, conta com certa pontinha de orgulho.
O NX Zero é uma das poucas bandas da safra do começo da década que conseguiram se manter, e principalmente se reinventar. Isso fica claro com o convite recebido para se apresentar no palco principal da quarta edição do Rock In Rio – dia 24 de setembro, dividindo o espaço com duas grandes bandas, Capital Inicial e Red Hot Chili Peppers. “Recebemos a notícia como um puta de um troféu, um reconhecimento mesmo da nossa carreira”, finaliza um entusiasmado e seguro Daniel.
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