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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Di Ferrero, Gee Rocha e outros músicos debatem sobre Rock In Rio

Em 2001, o Brasil viu o seu último Rock In Rio. No tempo que se passou até a edição nacional seguinte, o rock brasileiro mudou bastante: nomes fortes desapareceram ou perderam gás, as rádios e a MTV diminuíram seu espaço para o gênero, os shows internacionais ficaram mais comuns, a internet mudou todo o jogo da divulgação, e a distribuição da música e as grandes gravadoras deixaram de apostar na cena, ocupadas com outras ondas. Mesmo assim, uma nova geração de rock surgiu e se desenvolveu nesses dez anos. E está representada no Rock In Rio 2011: NX Zero, Pitty, Detonautas, Roque Clube e Gloria (no palco Mundo, o principal), Matanza, Cidadão Instigado e Móveis Coloniais de Acaju (no palco Sunset). Cada um com sua história.

BOX: A cronologia do rock Brasil nos anos 2000
 
- Em 2001, na última edição brasileira do festival, minha banda, o Inkoma, tinha acabado. Mas eu continuei compondo. Havia a vontade imensa de viver de rock, mas tudo parecia muito difícil e distante - conta Pitty, que em 2003 lançou seu primeiro disco, "Admirável chip novo", e, anos depois, se tornaria um dos nomes comercialmente mais importantes do rock brasileiro nos anos 2000. Qual seria a razão, então, da virada de expectativas?
- Canções com as quais as pessoas pudessem se identificar profundamente. E muito trabalho para fazê-las saber que essas canções existem - diz.

Outra grande força do rock brasileiro dos anos 2000, o NX Zero (que surgiu logo depois do último Rock In Rio e comemora a primeira década com o CD e o DVD "Multishow Ao Vivo - NX Zero 10 anos"), analisa o estado de coisas no Brasil:
- Hoje, está cada vez mais difícil de botar um rock na rádio. Só a canção acústica, mais leve... A gente faz o possível, dentro do nosso limite - diz o guitarrista Gee Rocha, que conta que a banda foi uma das primeiras do rock brasileiro a se valer de uma novidade fundamental.
- Em 2001, a internet começou a bombar. A gente não tinha dinheiro, então gravava música acústica e botava ela em sites de mp3. Nossa divulgação começou por aí. Com isso, tocamos de norte a sul do país. Viajávamos 20 horas de van e montávamos nosso próprio palco - diz Gee.
O passo seguinte do NX Zero foi a contratação pelo selo Arsenal, do produtor Rick Bonadio, que é ligado à gravadora multinacional Universal Music. Foi o que abriu o caminho nas rádios, nas TVs e, daí em diante, nos grandes festivais de música do país. O que pôs a banda em situações inesperadas.
- Muitas vezes, tínhamos que tocar duas vezes a mesma música, para aquela galera que só conhecia os 'itaita'.- A gente não tinha feito uma banda só pra gravar disco. Era porque a gente gostava de música. E aí fomos ralando, ralando, fazendo shows e ignorando todo o resto - conta Jimmy, que hoje vive da música e segue gravando discos com o Matanza.

Os Móveis Coloniais de Acaju (que se apresentam no festival com Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz, mais a cantoraMariana Aydar) também apostou na estrada.

- A gente foi investindo no trabalho. Viajamos muito por nossa conta, a partir de 2005, com o dinheiro que conseguimos arrecadar com os shows em Brasília - diz o saxofonista Esdras Nogueira, cuja banda não teve dúvidas em disponibilizar de graça, na internet, o seu primeiro CD, de 2005. - O Móveis apareceu numa época em que não era mais comum vender 100 mil discos. A internet foi uma boa forma de divulgar o trabalho.
Mais tarde, Esdras e seus companheiros viram a banda vender 15 mil cópias físicas dos seus dois álbuns.
O problema principal que os roqueiros mais militantes apontam para a manutenção do cenário é o das ondas, como a das bandas "coloridas" (como Restart e Cine) e a dos sertanejos universitários.
- O jovem não sabe mais do que vai gostar. O boom do sertanejo tirou o espaço de bandas maiores do rock, como o NX Zero e o Fresno - diz Mi, vocalista do Gloria.
- O sertanejo foi para a universidade, e o rock foi para o jardim de infância - polemiza Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas Roque Clube, banda carioca que recentemente voltou à independência depois de oito anos contratada por uma grande gravadora.
- O que mais me constrange atualmente é que o rock perdeu o que o distingue dos outros estilos: a espontaneidade. A facilidade de gravar e lançar na rede social fez com que se desse espaço a muita coisa sem conteúdo. E hoje a juventude é mais flexível, não tem mais o rock como filosofia de vida - analisa Tico.
- Antes tinha as bandas que eram do rock e as que não eram - alega Jimmy, do Matanza, que vê a cena rock brasileira pulverizada em nichos.

Líder do Cidadão Instigado, uma dessas bandas que vivem no limite entre o rock e outros estilos (e que se apresenta no Rock In Rio ao lado do roqueiro retrô gaúcho Júpiter Maçã), o guitarrista Fernando Catatau tem visão diferente .
- Esse lance de movimento rock é sempre um lance de marketing das gravadoras, que deu certo nos anos 1980 porque elas apoiaram o rock. Acredito em bandas fortes e em pessoas se ajudando - diz.

O futuro do rock no Brasil ninguém pode dizer qual é. Mas otimismo é o que não falta entre os músicos. Ainda mais com o Rock In Rio.
- Tem o mercado, mas tem sempre o público fiel, aquele que vai pedir a música mais pesada. É o que a gente conquistou, é a nossa base - festeja Di, do NX Zero.- O rock é como o Jason, do "Sexta-Feira 13": os caras matam ele e ele volta - aposta Tico, dos Detonautas.
Fonte: conrasteam.com       

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